A partir de um sério estudo da Faculdade Cásper Líbero, diversas reflexões e diálogos foram estabelecidos sobre o futuro da comunicação diante dos desdobramentos da pandemia.
É um documento de tendências na área de comunicação que registra esse recorte tão importante do pensamento de comunicação neste período histórico em que estamos passando.
Como viver o online enquanto nos adaptamos a um momento incerto para construir um mundo novo?
Fomos todos impactados e transportados para uma frenética vida digital devido ao isolamento causado pela pandemia. Muitas áreas, empresas e instituições já estavam preparadas para essa rotina a partir de uso de plataformas de interação humana com o apoio da tecnologia. Outros foram surpreendidos para esse universo onde foram convidados a usar das soluções e tornar as relações mais digitais. A socialização mudou, as relações de compras, entretenimento e até mesmo a relação com a fé religiosa passaram por transformações.
Agora quais serão as transformações futuras, quais os legados desse porvir, uma vez que nos encontramos cheios de inseguranças e imprecisões?
Agora um fato é flagrante: a comunicação foi um grande acelerador e protagonista de todo esse processo com novidades na nossa rotina e nas formas como interagimos com o meio e o mundo. Bora conhecê-las?
1. Presença essencial
As reações nas redes sociais nunca foram tão necessárias como hoje para dar significado às nossas emoções, porém as curtidas jamais substituirão os abraços. Aprendemos a trabalhar, estudar e nos relacionar de forma remota e, ao retomar as atividades presenciais, vamos refletir sobre o que realmente faz sentido na presença física, daquilo que pode ser resolvido remotamente.
2. Veracidade da informação
Para a profa. Tatiana Ferraz vivemos uma época de infodemia, quer dizer, uma epidemia de notícias de má qualidade. Somos bombardeados por uma hiperinformação, infoxicação e desinformação. Isso cederá lugar à necessidade de um jornalismo sério e ético que baseia suas informações em fontes verificadas. Afinal a credibilidade da notícia íntegra é o antídoto das fake news.
3. Entretenimento remoto
Para a profa. Helena Jacob há uma transformação no mundo do entretenimento, que também migrou para o formato digital, gerando novos comportamentos e hábitos de consumo. A relação entre o público e esse mundo que envolve moda, gastronomia, cultura e esportes merece uma atenção sobre os seus impactos.
4. Presença ressignificada na educação
Como repensar o sentido das aulas presenciais? O que é particular e insubstituível no contato presencial? Que mundo buscamos e como cada um pode deixar sua marca educando e instruindo o próximo. A educação é um processo que nos conecta à sociedade, declara Rodrigo Ratier.
5. Fortalecimento de streaming
Segundo o prof Márcio Rodrigo, haverá um crescimento exponencial da indústria audiovisual por streaming. Para ele a exibição tradicional dará lugar a mais demanda por streaming.
Já temos hoje o cinema drive-in e produção de lives.
6. Nova consciência coletiva
Para Tiago Mota a comunicação é “rede de sentidos que usamos para interpretar a realidade e o conjunto de estratégias para viver juntos. Passamos por um período de incertezas em todas as áreas e a comunicação pode nos ajudar a formação de uma consciência mais humana e solidária diante das mazelas agravadas pela pandemia.
7. Novo sentido para a inovação
Sobre a reflexão de tempo, aceleração e comunicação a profa. Helena Jacob saliente que muitos de nós paramos, mas não desaceleramos. Somos cobrados pela produtividade e nos mantemos nas engrenagens da vida acelerada. Ao falar sobre desacelerar, orienta que devemos sair do automático, recobrar o valor das coisas, dos nossos sentidos e do que nos torna humanos.
8. Resistência multimídia
A profa. Cândida Almeida refere-se à importância da arte no período em que enfrentamos. É ela quem nos dá força e nos apoia num momento tão delicado. Entretanto com a vida digitalizada que levamos, nem tudo o que parece é arte.
A arte deve provocar, se não provoca, não acontece. A interface com a tecnologia pode potencializar a arte, exemplo disso são as projeções feitas em edifícios em formas de mensagens. As expressões artísticas tradicionais e midiáticas vão coexistir em um mundo pós pandemia.
9. Dados e transparência
Jefferson Mariano defende a importância dos dados para a produção de boa informação. Para ele a informação deve ser produzida com o objetivo do exercício pleno da cidadania e que a função dos profissionais de comunicação é fazer com que ela chegue aos mais remotos locais do país para que essa inclusão cidadã se realize.
10. Por trás das lives
O prof. Fábio Ciquini reflete sobre a superexposição da intimidade nas transmissões ao vivo, tão popularizadas no período de isolamento.
As lives são criadas com o intuito de parecerem casuais, mas toda a imagem é uma encenação, pois elas possuem um olhar triplo: o da compra e venda, da homogeneização da subjetividade e o paradoxal, entre a megalomania e a despretensão. Ainda que esse formato venha para ficar, ele é claro em afirmar que as pessoas desejam o encontro no pós-pandemia.
11. A convivência híbrida entre o real e o virtual
Pedro Nogueira debate o sentido da interação da comunicação e a essência dos seus elementos. Entre o polo de emissão e o polo de recepção, o que importa é o que se reverbera! E nesse mundo imposto pelo isolamento e pandemia não faz sentido separar o universo real do virtual. A experiência é única e híbrida. Exemplo disso são as reuniões por videoconferência e salas de aula on-line. Isso é hibridismo! É o trabalho e estudo concentrando e convergindo para uma única tela.
12. Vida em algoritmos
Sabendo que o algoritmo é uma combinação de regras executadas por um computador a partir de um comando, está posto que a máquina processa dados e informações para sugerir produtos, serviços e comportamentos. Essa prática já são figurinhas carimbadas em sites de buscas e redes sociais. Assim se constrói um banco de dados gigante sobre como nos relacionamos e as informações pelas quais buscamos. Pela conveniência e até mesmo pela diversão, consumimos esses ‘cookies” como se fossem doces bolachinhas e fornecemos dados que são uma riqueza inestimável para os business digitais. Passamos por uma séria legislação de LGPD, mas o clique nos “aceito” é uma tentação cujo rebote é a que nossa monitoria 24h por dia.
Pois bem, como vivemos na era do “Ok, Google, vamos conversar?”, encontramos nele um amigo fiel, mas nenhum pouco despretensioso, que chegou para ficar. Como relacionamento nem sempre são flores, o digital não poderia ser diferente do real. Aos poucos nos acostumamos ao novo formato e procuramos ganhar com isso!
Achou lega? Quer conhecer na íntegra o estudo? Só clicar aqui: 12tendenciascomunicacaopospandemia.pdf (casperlibero.edu.br)